A Cúpula do G20, grupo de 19 países mais a União Europeia que representam as maiores economias do mundo, terminou no dia 19 de novembro, no Rio de Janeiro. O documento aprovado ao fim do encontro incluiu propostas que vinham sendo defendidas pelo Brasil, como combate à fome e à pobreza, taxação dos super-ricos, luta contra desinformação e busca por igualdade de gênero.
A declaração final da cúpula afirmou que o mundo precisa de ações urgentes para enfrentar os desafios globais e que essas ações devem ser justas, inclusivas e sustentáveis. Entre as principais iniciativas está a criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio de 82 países.
O objetivo é erradicar a fome no mundo até 2030, evidenciando a responsabilidade das nações mais ricas, que concentram 85% do PIB global, em liderar esse esforço. O documento também aborda com firmeza a desigualdade, afirmando que mudanças climáticas e conflitos armados sobrecarregam desproporcionalmente os mais pobres.
O grupo reiterou o compromisso com a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina, condenou ataques à soberania territorial e chamou a atenção para a escalada de violência no Líbano e na Faixa de Gaza, reforçando a necessidade de assistência humanitária e o respeito ao direito internacional.
Na questão ambiental, o G20 enfatizou a urgência de medidas para mitigar as mudanças climáticas e adaptar economias aos desafios que elas trazem. Entre os compromissos estão a neutralidade de carbono até 2050, a ampliação das energias renováveis e a melhoria da eficiência energética. Para viabilizar essas ações, uma das propostas mais discutidas foi a tributação progressiva de fortunas, visando financiar projetos de adaptação climática e redução de desigualdades.
A presidência brasileira também deu destaque à inovação tecnológica, com uma abordagem ética para a inteligência artificial (IA). A declaração reforça que a IA deve ser usada para reduzir desigualdades digitais e promover oportunidades econômicas, sem ignorar os riscos ao bem-estar social.
Outro ponto central foi a reforma das instituições globais, como o Conselho de Segurança da ONU, para refletir as realidades políticas e econômicas do século 21. Para os líderes do G20, as mudanças estruturais são indispensáveis para uma governança mais transparente e democrática.
Com o fim do encontro, o Brasil passou a presidência do G20 para a África do Sul, que sediará a próxima cúpula.
Fonte: Agência Brasil.