O ChatGPT é realmente uma revolução?

A ferramenta de inteligência artificial que conversa com humanos tem levantado discussões e reflexões em escolas e empresas. Há um equilíbrio para sua utilização saudável?
7 de fevereiro de 2023 em Edições Impressas, Internacional

Nos últimos meses, um burburinho tomou conta do mundo da tecnologia em torno do ChatGPT. Essa ferramenta de inteligência artificial é capaz de interagir com humanos por meio de textos, de modo muito natural e surpreendente. Criada pela OpenAI, uma empresa de pesquisa fundada, nos Estados Unidos, por Sam Altman, Elon Musk (criador da Tesla e dono do Twitter) e outros investidores, a novidade atingiu um milhão de usuários apenas cinco dias após o lançamento, em novembro. Dois meses depois, alcançou a marca de 100 milhões de usuários ativos mensais, tornando-se o aplicativo de crescimento mais rápido da história.

Mas o que a tecnologia tem de tão extraordinário que atrai tantos interessados? A principal revolução é a capacidade de aprender padrões e reproduzi-los de maneira diferente. Produzir um texto para uma máquina é algo muito complexo, basta ver os chatbots disponíveis em perfis de empresas no WhatsApp. Eles só dão informações muito específicas e de forma pouco assertiva.

“O ChatGPT é revolucionário porque faz parte de uma nova era, chamada de inteligência artificial generativa. Conseguir produzir um texto é um ápice muito significativo da inteligência artificial”, diz Anderson da Silva Soares, coordenador do bacharelado em inteligência artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele explica que a geração anterior da IA era basicamente um rotulador de dados; já a nova versão aprende padrões e é capaz de produzir novos dados em texto, imagem ou qualquer outro tipo de informação.

ChatGPT + Siri + Alexa

Outras representantes conhecidas da inteligência artificial generativa são as assistentes virtuais Siri, da Apple, e Alexa, da Amazon. A diferença é que elas geram voz, e não texto. Os cientistas já estão trabalhando numa próxima revolução, que poderá unir esses dois modelos. Em breve deve surgir uma nova geração de IA, que conseguirá realizar mais tarefas ao combinar uma tecnologia que gera conteúdo a outra que sintetiza a voz.

O Google que se cuide

Diferentemente do Google, que oferece links para pesquisa, o ChatGPT traz uma resposta pronta em forma de texto, o que abre discussões sobre o quão corretas e confiáveis podem ser as respostas. Além disso, a ferramenta tem a capacidade de aprender com as interações que faz. Ou seja, quanto mais perguntas e informações ela recebe, mais “treinada” fica. “Há fóruns na internet de pessoas não programadoras discutindo habilidades para fazer isso”, afirma Soares.

A consequência indesejada desse aprendizado é que a máquina não aprende apenas o que é certo. “A inteligência artificial mimetiza, ou seja, imita o comportamento humano. Se uma resposta errada é apresentada, é porque ela foi ensinada pelos humanos”, diz o professor da UFG.

O mercado de trabalho e a escola

As discussões sobre as profissões que poderão deixar de existir em virtude de ferramentas como o ChatGPT também começam a esquentar.

“Dizer que essa tecnologia não vai impactar o mercado de trabalho é uma mentira, mas a história nos ensina que o saldo é sempre positivo”, diz Soares. A sugestão do especialista é que as pessoas olhem para a tecnologia pensando em usá-la para se desenvolver e aumentar a produtividade.

O mesmo vale para as escolas, que terão que começar a repensar seus modelos. “Vamos ter que nos reinventar. Se eu pedir para o aluno escrever sobre algo que já está disponível, ele vai fazer isso com o ChatGPT. Lutar contra isso é uma guerra perdida. Mas será que ele consegue ler sobre o assunto e dialogar comigo a respeito do que assimilou?”, indaga Soares. “São questões que vamos começar a ver e sobre as quais teremos que refletir.”

ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE O CHATGPT

Pode ir para o Google

Um experimento realizado pelo Google mostrou que o ChatGPT seria contratado para uma vaga na engenharia da plataforma. No processo de seleção ele conquistaria a posição, que paga quase R$ 1 milhão por ano.

FONTE: MUNDO CONECTADO.

O app dedo-duro

Aviso aos estudantes que estiverem pensando em usar o ChatGPT para fazer trabalhos escolares. O GPTZero é um recurso on-line no qual o usuário pode colocar um trecho de texto que deseja verificar. O serviço estampa no alto da página gptzero.me: “Humans deserve the truth”, algo como “humanos merecem a verdade”.

FONTE: GPTZERO.ME.

MBA garantido

Disposto a testar o poder do chatbot, um professor da Wharton, uma das mais prestigiadas escolas de negócio do mundo, publicou o trabalho intitulado “O ChatGPT conseguiria um MBA da Wharton?” (em tradução livre), no qual afirma que a IA teria recebido nota B e B- no exame de aprovação, o que a colocaria à frente de alguns alunos na classificação final.

FONTE: O GLOBO.

TESTANDO O CHATGPT

Aqui na redação do TINO Econômico, perguntamos à inteligência artificial qual a relevância da educação financeira para os jovens. Confira a resposta abaixo.

“A educação financeira é importante para os jovens porque lhes ensina como administrar suas finanças de forma responsável e eficiente, ajudando-os a evitar dívidas excessivas, poupar para objetivos futuros e investir de maneira inteligente. Além disso, ela fornece uma base sólida para decisões financeiras importantes ao longo da vida, o que é fundamental para o sucesso financeiro a longo prazo.”

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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