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Trump revoga tarifas extras e libera exportações brasileiras de carne e café aos EUA

Decisão do governo americano elimina sobretaxas de até 40%, aliviando setores pressionados pela queda nas vendas e pela inflação nos Estados Unidos
21 de novembro de 2025 em Internacional
Kuala Lampur, 26/10/25. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encontra Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo dos Estados Unidos decidiu retirar as sobretaxas de 40% aplicadas sobre produtos agrícolas brasileiros, medida que havia sido imposta no final de julho deste ano. O decreto, assinado pelo presidente Donald Trump nesta quinta-feira (20), elimina as barreiras para mais de 200 itens da pauta exportadora do Brasil, entre eles carne bovina e café, dois dos produtos mais relevantes no comércio bilateral.

A isenção vale de forma retroativa para todos os produtos que ingressaram no mercado americano a partir de 13 de novembro. A Casa Branca justificou a decisão dizendo que houve “progresso inicial nas negociações com o governo do Brasil”, após uma videoconferência entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As tarifas de 40% somavam-se a uma taxação adicional global de 10%, o que levou os custos sobre alguns produtos brasileiros a 50% desde agosto. Na semana passada, os EUA já haviam retirado a alíquota de 10% sobre os principais itens exportados pelo país. Agora, com o recuo completo das sobretaxas, o comércio volta às condições anteriores ao tarifaço anunciado pelo republicano em abril.

A pressão inflacionária nos EUA pesou na decisão, especialmente em itens como alimentos. O café acumula alta de cerca de 20% no último ano no mercado americano, segundo o índice oficial de preços ao consumidor (CPI). Apesar de o Brasil ser o maior fornecedor do produto aos EUA, com 1,96 bilhão de dólares exportados em 2024, as vendas despencaram após a adoção das barreiras: só em outubro, o volume caiu 54,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

O setor de carnes também celebra a reversão. Os preços da carne bovina nos Estados Unidos subiram entre 12% e 18% no ano, impulsionados pela queda do rebanho local e pelas tarifas sobre o maior exportador global, o Brasil. Segundo Paulo Mustefaga, presidente executivo da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), o produto volta a ser taxado em 26,4%, índice vigente antes do tarifaço. “Vai se restabelecer o fluxo normal do comércio da carne brasileira para o mercado dos EUA”, disse.

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que a medida traz mais estabilidade ao comércio internacional e reforça as condições equilibradas para todos os países envolvidos.

Fonte: Folha de S. Paulo.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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