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Muito mais do que dancinhas virais, lives e conteúdos diversos para consumo rápido, o TikTok estuda ampliar o modelo de negócio. Além do TikTok Shop, marketplace em que outras empresas vendem itens dentro do aplicativo, haverá uma aba para comercialização de produtos oferecidos pela própria plataforma, gerando uma nova fonte de receita e a tornando concorrente no segmento de comércio eletrônico.
A ByteDance, empresa controladora do TikTok, apresentou ao jornal britânico Financial Times o novo recurso de compras do aplicativo, o Trendy Beat. Nesta nova seção, há produtos que se mostraram populares em vídeos disponíveis na plataforma, e todos são vendidos e enviados pela China, por uma empresa controlada pela mesma companhia.
Chamada de “Projeto S” internamente, a funcionalidade está em fase de testes no Reino Unido e deve chegar aos Estados Unidos em breve. Ainda não há confirmação de que esse serviço estará disponível no Brasil.
E o TikTok Shop?
Atualmente, já é possível anunciar produtos no aplicativo por meio do TikTok Shop, disponível em diversos países, inclusive no Brasil. Essa é uma solução integrada ao aplicativo de vídeos que permite que lojas virtuais se conectem a ele e ofereçam produtos na plataforma — nesse modelo de negócio, o TikTok recebe uma comissão pelas transações. Em 2022, a empresa registrou 85 bilhões de dólares (406 bilhões de reais) em vendas globais, com maior concentração na China.
O marketplace conquistou a Ásia, mas não ganhou força global. Apesar disso, o TikTok afirma que, mundialmente, 56% dos usuários dizem que conhecem novos produtos e marcas pelos anúncios da plataforma e 70% consideram fácil comprar usando o recurso.
Agora, com o Trendy Beat, a ByteDance deve elevar a receita bilionária anual, já que comercializará itens fabricados e adquiridos por ela, concentrando 100% do lucro das vendas.
Por que isso agora?
Na contramão de seus concorrentes diretos, Facebook e Instagram, que testaram e desativaram parte do recurso de vendas dentro dos aplicativos, o TikTok trabalha para alcançar outros mercados.
Segundo especialistas, a nova funcionalidade pode inclui-lo definitivamente no e-commerce e transformá-lo em concorrente de empresas como Amazon, Shein e Temu, site que vende produtos com descontos e tem grande alcance na China.
O app tem a seu favor dados que mostram os itens mais populares no próprio TikTok. Assim, pode adquirir e produzir exatamente o que os usuários desejam ou estão consumindo com mais frequência.
A mudança deve ser essencial para gerar novas receitas, já que a ByteDance foi considerada a startup mais valiosa do mundo, estimada em 300 bilhões de dólares (1,432 trilhão de reais) e planeja o seu IPO (abrir o capital para venda de ações) para os próximos anos.
Fonte: Época Negócios, Folha de S.Paulo e O Globo.
