Como já contamos aqui no TINO, a inflação de 2022 extrapolou o topo da meta estabelecida pelo Comitê Monetário Nacional (CMN), fechando o ano em 5,79%. A meta que havia sido definida estava em um intervalo de 3% a 5%.
Quando isso acontece, ou seja, quando a inflação encerra o período abaixo ou acima do limite, o presidente do Banco Central – o responsável pelo controle da inflação – é obrigado a encaminhar uma carta aberta ao presidente do CMN e ao ministro da Fazenda explicando os motivos de a meta não ter sido atingida e o que pretende fazer para reverter a questão no próximo ciclo.
No dia 10 de janeiro, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, divulgou a carta com suas explicações. Entre os fatores que fizeram os preços aumentarem além do esperado estão:
- O fato de a inflação de 2021 ter sido muito elevada, ficando em 10,06%, o que dificulta uma desaceleração das altas;
- O aumento dos preços de commodities, especialmente o petróleo, que foi alavancado pela guerra na Ucrânia;
- A oferta de insumos menor do que a demanda, isto é, a procura pelos compradores;
- A retomada do consumo e do emprego pós-pandemia.
No sentido contrário, alguns acontecimentos ajudaram a segurar os preços:
- A redução dos impostos sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações;
- O comportamento da bandeira de energia elétrica, que passou de vermelha para verde;
- O preço mais baixo do dólar.
Esta é a sétima vez que um presidente do Banco Central divulga a carta com explicações sobre a inflação.