Créditos da Imagem: Estella Maris Como os bancos e financeiras decidem para quem emprestar, ou não, dinheiro? Normalmente, a tática utilizada é consultar o histórico financeiro e verificar se, no passado, a pessoa pagou as dívidas em dia. Essa análise é feita com base em uma pontuação chamada score de crédito, número que vai de zero a mil e mostra qual é a saúde financeira do consumidor.
Quanto mais alta a nota, maior é a chance de o consumidor honrar seus compromissos. “É como um currículo financeiro: ele mostra para lojas e bancos quem tem um perfil de bom pagador”, explica Lais Kiyusato, especialista da Serasa em educação financeira.
Essa pontuação é calculada com base em diversos fatores, como histórico de pagamentos, número de consultas ao CPF por empresas que analisam crédito, existência de dívidas ativas ou quitadas e comportamento de pagamento relacionado a contas de consumo (como luz, água e telefone).
A metodologia também considera informações do Cadastro Positivo, sistema que reúne dados sobre pagamentos feitos no prazo. Com inclusão automática de consumidores e empresas desde 2019, ele marcou uma virada importante no modo como o mercado de crédito avalia os consumidores. Antes, o foco estava apenas nos registros negativos de quem devia ou tinha atrasos. Com o Cadastro Positivo, os bons pagadores também passaram a ser reconhecidos, o que tornou o score mais justo e atualizado.
Como funciona
Segundo Lais, as instituições financeiras costumam olhar para o comportamento do consumidor nos últimos seis meses e o histórico de até cinco anos. “A pontuação mostra a probabilidade de a pessoa continuar pagando em dia no futuro. Por isso é uma referência importante para o mercado”, afirma.
Diferentes empresas oferecem esse serviço e utilizam metodologias próprias de cálculo. Entre as principais no Brasil estão Serasa Experian, Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), Quod (criada, em 2017, pelos bancos Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) e Serviço de Proteção ao Crédito da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (SPC Brasil).
Embora os dados usados possam ser semelhantes, cada companhia tem o próprio modelo estatístico, o que explica eventuais divergências entre as notas exibidas em plataformas diferentes.
Ter uma pontuação alta mostra que o consumidor paga as contas dentro do prazo, evita atrasos e não tem dívidas em aberto. Já uma nota baixa pode indicar histórico de inadimplência ou falta de informações positivas atualizadas.
Com um bom score, o consumidor tem maior chance de aprovação de crédito, melhores taxas de juros e condições mais vantajosas de parcelamento. Além disso, pode conseguir limites mais altos em cartões e condições diferenciadas em financiamentos. “Quando o score é alto, o mercado entende que há baixo risco. Isso gera confiança e torna mais fácil negociar crédito”, afirma Lais.

Manter o score elevado é, na prática, o reflexo de uma boa relação com o dinheiro. “Mais do que buscar uma nota, é fundamental construir hábitos saudáveis de gastar com consciência, evitar atrasos e planejar o futuro”, diz a especialista.
Score não é tudo
Cada empresa tem as próprias regras para conceder crédito. Além da pontuação, são considerados fatores como renda, tempo de vínculo empregatício e histórico de relacionamento com o banco. Por isso, mesmo quem tem score alto pode não ser aprovado — e o contrário também pode ocorrer.


