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Por que menos empresas estão indo para a bolsa de valores

Quando o cenário econômico é incerto, menos companhias decidem recorrer a um IPO
14 de novembro de 2023 em Mercado
foto: Getty Images

Há dois anos, uma nova empresa não estreia na bolsa de valores brasileira. É o maior período sem ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) em 25 anos. E, segundo reportagem do Valor Econômico, essa escassez de companhias na bolsa deve durar pelo menos até o fim de março.

O que esse fato diz sobre a nossa economia?

Os IPOs são uma maneira de as empresas conseguirem dinheiro para colocar em prática projetos de crescimento. Ao ir para a bolsa de valores, a companhia passa a vender suas ações. E todo o dinheiro ganho com essa venda fica com a empresa. As pessoas que ficam com as ações, por sua vez, tornam-se investidoras e sócias da companhia. 

O objetivo maior desses investidores é ganhar dinheiro, ou seja, comprar a ação por determinado preço apostando que esse valor vai aumentar no futuro. Assim, quando podem vender a ação por um valor mais alto do que o de compra, obtêm lucro com a transação.

O cenário econômico influencia

É claro que esse tipo de investimento tem risco, afinal, depende de a empresa realmente conseguir vender mais e fazer o negócio crescer. No entanto, as companhias estão sujeitas a fatores externos, como a demanda do consumidor, a oferta de matéria-prima e, às vezes, até as condições climáticas. 

É por isso que quando o cenário econômico é incerto, menos companhias decidem recorrer a um IPO. A incerteza em relação ao crescimento do negócio pode afastar potenciais investidores.

Outro fator que influencia a decisão das companhias de ir para a bolsa é a Taxa Selic, que é a taxa básica de juro no país.

Quando a Selic está alta, os investimentos de renda fixa ficam mais atrativos, prometendo maior retorno. A taxa de juro no Brasil começou uma trajetória de alta em 2021 e chegou a ficar acima de 14%. Porém, desde o início deste ano, o Copom começou a reduzir o percentual, que hoje está em 12,25%. A possibilidade de receber um retorno de 12,25% sobre uma aplicação de renda fixa deixa os investidores menos encorajados a fazer um investimento em ações.

É por isso que menos companhias têm optado por abrir capital.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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