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Por que guardar dinheiro para uma reserva de emergência

Ter uma reserva pode ajudá-lo a manter a tranquilidade e a liberdade diante de uma situação inesperada
2 de fevereiro de 2023 em Mercado
Foto: Getty Images

Guardar dinheiro é uma recomendação unânime dos especialistas em educação financeira. Quanto mais cedo alguém começar a poupar, mais fácil será fazer dessa prática um hábito.

Myrian Lund, especialista e planejadora financeira, recomenda que a reserva comece a ser feita assim que o jovem receber seu primeiro dinheiro, seja uma mesada, um presente de familiares ou um salário. Independentemente da quantia, ele deve separar uma parte para aproveitá-la, mas não pode se esquecer de reservar uma parcela para eventuais gastos futuros.

“Ao receber o primeiro dinheiro, é natural que os jovens queiram aproveitar com os amigos, há sempre um estímulo para sair e gastar. Mas é importante definir as prioridades, ter a própria vibe e não ir somente na onda dos amigos. A reserva é essencial para te dar a independência.”, afirma Myrian.  

Essa reserva pode ser chamada de reserva de emergência, de curto prazo ou até de sonhos, o nome fica a critério de quem está poupando. O importante é o propósito: ter uma quantia suficiente para dar segurança e liberdade diante de gastos inesperados, como um procedimento de emergência, a compra de um remédio, uma consulta, um conserto na bicicleta ou uma demissão. Neste último caso, a reserva é essencial para fazer com que o trabalhador mantenha a qualidade de vida, honre o pagamento de suas dívidas e tenha a liberdade e a possibilidade de escolher uma nova atividade que goste de realizar sem precisar aceitar a primeira proposta que aparecer porque precisa urgentemente de dinheiro.

Além de ser usada para eventuais problemas, a reserva pode se tornar uma alavanca de oportunidades. Como quando os amigos decidem de última hora fazer uma viagem no fim de semana. Se há um valor economizado e disponível, a ida se torna possível e tranquila, sem precisar se endividar para acompanhá-los. A reserva faz com que a mudança seja mais tranquila. Em outros casos, a quantia permite até comprar aquele produto ou passagem que entrou subitamente em uma promoção imperdível.

Quanto guardar?

No início da vida financeira, o valor que vai para a reserva pode começar pequeno, mas a ideia é que ele aumente gradativamente, até que seja capaz de salvá-lo de eventuais problemas por meses.

Myrian recomenda que a reserva comece com no mínimo 10% da renda. Ao conseguir o primeiro emprego ou um valor maior ao mês, essa porcentagem deve aumentar.

“O ideal é que a pessoa viva com 70% do valor que recebe e os outros 30% sejam reservados”, diz ela.

Dentro dessa divisão, 10% deve ser guardado para emergências, 10% para a aposentadoria e os outros 10% para os seus sonhos futuros, que podem ser uma viagem ao exterior, a compra de um novo celular ou a aquisição de um imóvel.

Essa reserva deve crescer e alcançar três vezes o seu gasto mensal, ou seja, se hoje sua renda zerar, você poderá viver com tranquilidade e calma pelos próximos três meses, sem alterar a dinâmica do dia a dia.

Onde guardar?

Como esse dinheiro pode ser usado a qualquer momento, ele precisa estar sempre disponível. Por isso, a quantia deve ficar em um investimento de liquidez diária, ou seja, com a possibilidade de saque do dinheiro a qualquer momento, sem dificuldade.

A especialista em finanças recomenda que o dinheiro fique no CDB (Certificado de Depósito Bancário). Nesse fundo, o dinheiro é emprestado ao banco em que foi depositado e a quantia renderá um valor a mais pelo tempo que estiver ali, uma espécie de juros por guardá-lo na instituição. O CDB rende 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que atualmente é de 13,65% ao ano. Ou seja, rende mais de 1% ao mês. Opção mais vantajosa do que a poupança, que rende menos da metade, cerca de 6% ao ano.

O CDB traz a segurança de ter taxa garantida, portanto não está sujeito a questões do mercado, como problemas em uma grande empresa ou queda do dólar. Além da praticidade de ser sacado a qualquer momento e de dispor da garantia do Fundo Garantidor de Crédito, que cobre até R$ 250 mil por instituição e R$ 1 milhão por CPF.  

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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