Foto: Getty Images

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Não é apenas de protocolos reais que vive o sistema monárquico. A coroação oficial do rei Charles III, filho da rainha Elizabeth II, foi no dia 6 de maio (quase oito meses após a morte da mãe), em Londres, no Reino Unido, e teve três dias de festa. Além da tradicional procissão do rei e do momento da coroação, realizada sob o olhar atento de personalidades políticas mundiais (e curiosos), houve um luxuoso almoço e shows de luzes e músicas no Castelo de Windsor. A cerimônia trouxe a atenção para uma forma de governo diferente da república, adotada no Brasil.

A monarquia é a mais antiga forma de governo. Atualmente, 42 países têm monarcas, que podem ter títulos diferentes, dependendo do país: rei/rainha, imperador/imperatriz, grão-duque/grã-duquesa, emir, sultão e até mesmo papa, no caso do Vaticano.

A família real mais famosa, no entanto, é a britânica. Muito impulsionada pelos tabloides, que não cansam de espalhar fofocas sobre a vida pessoal de seus integrantes, a dinastia Windsor virou até série nas plataformas de streaming.

Quem é contra a monarquia

As críticas de quem se opõe à monarquia são em relação às regras de sucessão e aos gastos. Um dos grupos antimonarquia mais ativos do Reino Unido, o Republic, afirma que o cargo público hereditário vai contra todos os princípios democráticos. “Como não se pode responsabilizar o rei nas urnas, nada o impede de abusar de seus privilégios”, afirma o grupo no site oficial.

Para os defensores, os problemas são os mesmos de uma república. “O alto custo para manter a família real não é tão diferente da manutenção do sistema de uma república”, diz Alex Catharino, historiador e especialista em monarquia.

Monarquia sem “economia real”

“Independentemente do sistema político adotado, atualmente todos os países fazem parte de uma economia mundial e devem seguir diretrizes de controle de juros, inflação e câmbio”, afirma o economista Carlos Honorato.

Segundo ele, a economia de um país monárquico é semelhante a qualquer outra, principalmente na monarquia constitucional. Neste caso, o monarca detém mínimos poderes sobre a economia, pois não é o chefe de governo.

De onde vem tanto dinheiro

“O poder aquisitivo das famílias reais é histórico, vem desde a Idade Média, com o feudalismo. Eles foram juntando dinheiro de terras e acumulando fortunas que crescem até hoje”, explica Honorato.

A extensão do patrimônio real é surpreendente. Segundo o jornal The Guardian, apenas o rei Charles III tem uma fortuna pessoal de 1,8 bilhão de libras esterlinas (11,32 bilhões de reais). Grande parte dessa riqueza foi conquistada com os papéis públicos que ele adquiriu por ser membro da realeza. Entre os bens, mais de 300 casas de aluguel e propriedades de campo reformadas para locação.

Além dos imóveis, a família real é proprietária de uma ampla frota de carros de luxo para servir seus integrantes. Após a morte de rainha, o novo rei herdou — além da coroa — toda a fortuna da mãe, composta por mais de 90 peças de joalheria (com esmeraldas, diamantes, rubis e pérolas) e sua criação de cavalos. Estima-se que nos estábulos reais haja mais de 27 milhões de libras (169 milhões de reais) em cavalos. A herança, unida aos bens que ele já tinha, fez com que Charles III se tornasse duas vezes mais rico do que a mãe.

O dinheiro para manter todo esse luxo vem principalmente do pagamento de impostos, chamados de subsídios soberanos. Outra parte é obtida com a venda de produtos da tradicional marca da família real e do turismo, que leva milhares de pessoas aos palácios e castelos.

Tipos de monarquia

Nem todas as monarquias são iguais. Confira os dois modelos: