O MUNDO COM PÉ NO FREIO

Depois da inflação alta nos Estados Unidos e na maior parte dos países da Europa, a economia mundial começa a desacelerar e já se fala em recessão. A economia brasileira deve ser afetada?
7 de fevereiro de 2023 em Edições Impressas, Internacional

Um dos efeitos que se viu na economia durante o ano de 2022 foi a disparada de preços de produtos e serviços, que fez a inflação subir significativamente em boa parte dos países. Nos Estados Unidos, a alta dos preços chegou a 6,5%; na Alemanha, 8,6%; e no Reino Unido, 10,5%. O forte aumento teve a ver com dois choques subsequentes e inesperados: a pandemia da covid-19 e a guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo que os programas de auxílio governamental injetaram mais dinheiro na economia mundial, a guerra da Ucrânia comprometeu o transporte de itens como petróleo, gás e grãos. Com a demanda elevada e a oferta baixa, os preços dispararam.

Para contê-los, os bancos centrais das nações mais desenvolvidas tiveram que agir para tentar deter a inflação. A ação veio em forma de aumento de juros para diminuir a circulação de dinheiro, e os resultados começam a aparecer. “O remédio já foi dado. Agora é só esperar a febre baixar”, diz Francisco Nobre, economista da XP.

Efeito colateral

O aumento dos juros contém a inflação, mas traz também uma consequência indesejada, que é a desaceleração da economia. Ou seja, as pessoas consomem menos, as empresas produzem menos e os comércios vendem menos, podendo acarretar em demissões, ou seja, alta no desemprego. “Para alguns países da Europa e os EUA, o que se espera é uma recessão mais branda, sem muitos impactos negativos”, diz Nobre.

Puxados pela China

A situação só não é pior porque é esperado um pico de demanda de consumo na China. O país asiático, que é a segunda economia mundial, estava limitando a circulação da população na tentativa de evitar a transmissão de covid-19. Até o fim de 2022, os chineses ainda estavam trancados em casa por imposição do governo. Após muitos protestos da população, o lockdown foi suspenso, o que, na visão dos economistas, deve estimular uma onda consumista nos próximos meses e ajudar a equilibrar a economia mundial. “Assim como aconteceu na Europa e no Brasil, ao liberar a movimentação, é provável que os chineses queiram consumir mais, viajar mais e ir mais a restaurantes”, afirma o economista da XP.

Boa notícia para o Brasil

Quando a China vai bem, é bom para o Brasil. Como um grande exportador de commodities (produtos primários, isto é, não industrializados, como minério de ferro e carne), o país acaba tendo um acréscimo nas exportações quando o gigante asiático está com a economia aquecida.

*A classificação envolve 19 países, um bloco econômico (União Europeia) e a Espanha, que não integra o G20, mas é considerada convidada permanente do grupo.
 
**Neste ranking, a União Europeia é vista como um bloco econômico, com estatísticas que sintetizam a situação das 27 nações que a compõem. Os países que, ao mesmo tempo, fazemparte do bloco e do G20 aparecem separadamente.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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