
No dia 30 de junho, começou o torneio de tênis de Wimbledon, em Londres — o mais antigo e tradicional do mundo. A competição atrai fãs dispostos a desembolsar verdadeiras fortunas para ver de perto estrelas como o jovem Carlos Alcaraz, o veterano Novak Djokovic e o promissor brasileiro João Fonseca.
Para muitos, estar em Wimbledon é a realização de um sonho. Mas, curiosamente, para alguns dos donos dos ingressos mais exclusivos pode ser mais vantajoso não ir ao torneio.
Isso porque em algumas quadras principais os ingressos deixaram de ser apenas entradas para o esporte e passaram a funcionar como ativos financeiros. Esses assentos privilegiados são chamados de debêntures, termo que, no mercado financeiro, designa títulos de dívida.
Na Quadra Central, por exemplo, um ingresso debênture pode ser vendido por mais de 200 mil libras (cerca de 1,5 milhão de reais). Além de oferecer alguns dos melhores lugares do estádio, podendo estar até mesmo próximos à Tribuna Real, da qual a família real assiste aos jogos, eles dão acesso a restaurantes e salões VIP.
Segundo o site Bloomberg, alguns detentores dessas debêntures nunca vão ao estádio. Um deles possui duas debêntures da Quadra Central válidas de 2021 a 2025, mas nunca comparece ao torneio. Ele pagou 84 mil libras (628 mil reais) e prevê um lucro de 15 mil libras (112 mil reais) apenas com a revenda dos ingressos.
Aos amantes do esporte que buscam adquirir entradas para o torneio, o preço mais barato parte de 875 libras (6,5 mil reais) para o passe diário na Quadra Nº 1, no site Wimbledon Debenture Holders. Já uma debênture para a final masculina na quadra principal pode ultrapassar 10 mil libras (75 mil reais).