
No dia 15 de maio, foi identificado o primeiro foco de gripe aviária H5N1 em uma granja comercial brasileira, no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Com o anúncio, diversos países importadores de carne de aves do Brasil suspenderam as compras, o que pode resultar em prejuízos mensais de até 1,3 bilhão de reais.
Esse é o primeiro registro da influenza aviária em um local de produção comercial no país. Até então, os casos registrados haviam sido em aves silvestres. Outros dois focos suspeitos estão sob investigação nos estados de Tocantins e Santa Catarina.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que foi ativado o protocolo de emergência zoossanitária, previsto no Plano Nacional de Contingência Para Influenza Aviária. As medidas estão sendo implantadas em Montenegro e devem permanecer em vigor por 60 dias.
Impacto na economia
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne de aves do mundo. Em 2024, foram exportadas 4,4 milhões de toneladas de carne de frango, com destaque para a China, principal comprador. Apenas em abril, as exportações renderam 230 milhões de dólares (1,3 bilhão de reais).
Com o registro do foco, China, União Europeia, Argentina, Uruguai, México, Chile, Coreia do Sul, África do Sul e Canadá suspenderam temporariamente a importação de carne de aves de todo o território brasileiro. O Japão, por enquanto, restringiu apenas as compras de Montenegro.
A suspensão segue os protocolos sanitários internacionais acordados entre o Brasil e os países compradores, que preveem o bloqueio imediato das importações em caso de detecção de doenças.
Especialistas alertam que o impacto econômico pode se agravar, dependendo do número de importadores que aderirem à suspensão.
Contaminação
Em nota, o Mapa tranquilizou a população, afirmando que não há risco de contaminação pelo consumo de carne de frango ou ovos, desde que devidamente cozidos. A transmissão do vírus para humanos é rara e, geralmente, ocorre entre pessoas com contato direto e prolongado com aves infectadas.
A infecção acontece pelo contato com secreções ou fluidos corporais dos animais contaminados. O protocolo de suspensão das exportações foi pensado para garantir que a carne in natura de aves infectadas não entre em contato com produtos de outros países, evitando riscos sanitários no comércio internacional.
Fontes: CNN, InfoMoney, Estadão e G1.