
Golpes utilizando inteligência artificial (IA) aumentaram significativamente: passaram de três casos analisados em 2023, para 18, segundo dados de um relatório da Agência Lupa. Ao todo, 142 golpes virtuais foram investigados pelo documento, durante os últimos três anos.
As fake news dominam o ambiente digital e criam confusão sobre o que é verdadeiro ou manipulado. Tecnologias como IA e deepfake ampliaram as dúvidas do que é ou não real. Entre os casos analisados, 31 faziam uso dessas ferramentas.
Não só as tecnologias mudaram em relação ao último levantamento, como também a forma de aplicação. O relatório destaca a tática do phishing. Em vez de buscar dinheiro diretamente, os golpistas usam vídeos e áudios para levar os usuários a sites falsos. Com aparência semelhante à de páginas oficiais de empresas ou do governo, os sites induzem as vítimas a compartilhar informações e documentos, que então são usados para acessar contas bancárias. Em entrevista ao jornal O Globo, a pesquisadora Beatriz Farrugia diz que “o interesse não é descolar o dinheiro imediatamente, e sim a coleta de dados”.
Ainda segundo a Lupa, os criminosos costumam explorar falsas promoções, brindes e programas sociais, como Bolsa Família e Desenrola Brasil, para atrair as vítimas. Com o intuito de dar mais credibilidade ao golpe, os conteúdos normalmente usam empresas famosas, celebridades, políticos ou até jornalistas.
Por fim, Beatriz ressalta que as fraudes desse tipo — com publicidade on-line, sites fidedignos, manipulação de conteúdo audiovisual ou uso de IA — exigem investimento. Embora alguns golpes sejam praticados por indivíduos, há indícios do envolvimento de organizações criminosas por trás de muitas dessas ações.
Fonte: O Globo.