Fundos de investimento

13 de setembro de 2024 em Colunistas, Opinião Jovem, Público

Olá, caros(as) leitores(as)!

Já se perguntou por que os fundos de investimento ocupam um lugar tão especial no mundo das finanças? Imagine-se no auge de sua carreira, munido de uma experiente educação financeira e com um bom pé de meia para emergências. Frequentemente, nossa dedicação ao trabalho é tão intensa e apaixonada, refletindo-se em sucesso profissional, que mal encontramos tempo para explorar as oportunidades de investimento que o mercado tem a oferecer. Diante disso, somos confrontados com um dilema: ou arriscamos investir às cegas, o que pode nos expor a perigos não calculados, ou entregamos a gestão de nossas finanças às mãos de especialistas, os fundos de investimento. Hoje, em nossa coluna, vamos explorar o universo dos fundos de investimento brasileiros, examinando seus tipos principais e descobrindo onde podemos encontrar informações confiáveis sobre eles e suas gestões.

A indústria financeira brasileira é um verdadeiro colosso. Segundo informações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), até julho de 2024, os patrimônios acumulados dos fundos de investimento brasileiros atingiram a marca impressionante de 9,2 trilhões de reais. Dada a magnitude desses números, a vigilância e o controle se tornam essenciais, e essas responsabilidades recaem sobre os ombros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que administra um sistema de dados abertos para que o público possa consultar informações detalhadas sobre os fundos. Para explorar essas informações, acesse este link.

Existem algumas classes consideradas fundamentais em fundos de investimento: renda fixa, multimercado, cambial e ações. Cada uma dessas categorias possui características distintas, que atendem a diferentes perfis e objetivos de investidores. Os fundos classificados como renda fixa são conhecidos principalmente pelo fator de risco associado à variação da taxa de juros, do índice de preços, ou de ambos. Para ser classificados nessa categoria, os fundos devem alocar pelo menos 80% de sua carteira em títulos de renda fixa. Esses títulos incluem uma variedade de instrumentos, como títulos públicos federais, debêntures, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).

Dentro da categoria de renda fixa, encontram-se ainda algumas subdivisões importantes que ajudam a especificar a natureza dos investimentos do fundo:

Renda fixa – curto prazo: esta subcategoria se destina a fundos cujos títulos em carteira possuem um prazo médio de vencimento de até 60 dias.

Renda fixa – referenciados: estes fundos têm como objetivo acompanhar a variação de determinado indicador de referência. É exigido que mantenham no mínimo 95% de seus ativos em instrumentos que sigam o indicador e pelo menos 80% em títulos públicos federais. Um exemplo conhecido é o Fundo DI.

Renda fixa – simples: considerados de baixíssimo risco e de fácil acesso, estes fundos devem investir no mínimo 95% do seu patrimônio em títulos públicos federais e possuir uma taxa de administração muito baixa.

Os fundos de ações se destacam como uma escolha para investidores com objetivos de longo prazo. Esses fundos são obrigados a investir pelo menos 67% do seu patrimônio em ações, tornando-os particularmente atraentes para aqueles dispostos a assumir riscos maiores em troca de uma expectativa de rentabilidade elevada. Os investimentos em ações requerem paciência e uma predisposição para enfrentar as volatilidades do mercado, características essenciais para quem busca crescimento substancial ao longo do tempo.

Por outro lado, os fundos cambiais e multimercado oferecem caminhos alternativos para diversificação e potencial de retorno. Os fundos cambiais, focados na dinâmica das moedas estrangeiras, devem alocar no mínimo 80% de seus recursos em ativos relacionados a variação de moedas ou taxas de juros internacionais, como o cupom cambial. Esses fundos são ideais para investidores que desejam capitalizar sobre as flutuações cambiais. Já os fundos multimercado, conhecidos pela flexibilidade, podem investir em uma variedade de ativos e mercados, usando derivativos tanto para proteção como para alavancagem. Essa classe de fundos apela para aqueles que buscam uma abordagem de investimento mais agressiva e diversificada, capaz de se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e explorar diferentes oportunidades de crescimento.

Ao considerar fundos de investimento, é crucial estar atento ao nível de risco assumido pela gestão, o que exige uma revisão cuidadosa da lâmina do fundo, um documento obrigatoriamente compartilhado por bancos e corretoras. Esse é apenas um dos quatro documentos essenciais que incluem o regulamento, a lâmina de informações essenciais, o formulário de informações complementares e a demonstração de desempenho, todos cruciais para compreender a estrutura e a estratégia do fundo.

Além disso, pessoalmente, acompanho os gestores dos fundos que me interessam nas redes sociais, uma prática que me permite monitorar de perto o raciocínio por trás das estratégias de investimento e obter percepções que vão além dos documentos formais, ajudando a tomar decisões mais informadas sobre onde e como meu dinheiro está sendo investido.

E você, tem preferência por investir diretamente em títulos ou opta pela diversidade oferecida pelos fundos de investimento? Além das categorias que discutimos, existem muitos outros tipos de fundos famosos, como os imobiliários, do agronegócio, de crédito privado e de previdência, temas que exploraremos em futuras colunas. Para quem deseja aprofundar seus conhecimentos, a CVM oferece um recurso valioso: um livro detalhado sobre fundos de investimento, disponível para download no seguinte link: gov.br/investidor/pt-br/educacional/publicacoes-educacionais/cadernos/cvm-caderno-03-3ed.pdf.

Até o nosso próximo encontro!

Um forte abraço a todos.