Crédito de imagem: Buda Mendes/Getty Images No dia 18 de agosto, foi firmado o maior acordo da história do futebol no Brasil, entre o Flamengo e sua nova patrocinadora, a Betano, site de apostas esportivas. A bet ocupa espaço de patrocínio máster na camisa do time, área de maior destaque, comercializada por 268,5 milhões de reais por temporada.
Mais do que valores, contratos como esse se conectam a um dos maiores símbolos para qualquer torcedor: a camisa. Ela não é apenas um uniforme, e sim um objeto que guarda memórias de vitórias e derrotas, estádios lotados ou transmissões acompanhadas em casa e, por isso, oferece espaços disputadíssimos pelas marcas.
Além disso, o caso do Flamengo tem números que tornam o negócio ainda mais atrativo. O clube tem a maior torcida do país, reunindo 21,2% dos torcedores brasileiros, de acordo com uma pesquisa O Globo/Ipsos-Ipec. A previsão, apenas para o ano de 2025, é de que mais de 2 milhões de camisas sejam vendidas. Esse alcance transforma o uniforme em uma grande vitrine.
Ao todo, existem sete espaços disponíveis para exposição de marcas na camisa rubro-negra. Somando todos os contratos de patrocínio e os acordos com fornecedores de material esportivo, o Flamengo deve arrecadar cerca de 445 milhões de reais apenas com as estampas no uniforme, 64,7% a mais do que no ano de 2024.
Uniforme milionário
O domínio das bets
Em 2025, todos os times da Série A do Campeonato Brasileiro são patrocinados por casas de apostas esportivas. Entre os 20 clubes participantes, 18 têm uma bet estampada como patrocinadora máster na camisa. As únicas exceções são o Bragantino e o Mirassol.
Esse quadro é relativamente novo no futebol brasileiro. Durante décadas, os principais investidores eram bancos e empresas públicas, que dominavam os uniformes dos grandes clubes. Nos últimos anos, porém, as plataformas de apostas assumiram esse espaço e passaram a investir de forma massiva no esporte mais popular do país. O resultado é que hoje o Brasil já aparece como o terceiro maior mercado mundial de apostas esportivas.
O crescimento rápido também acendeu alertas. O Senado Federal aprovou uma regulamentação para a publicidade do setor, que ainda precisa seguir para a Câmara dos Deputados. Entre as regras previstas estão a proibição de campanhas que incentivem, de maneira direta ou indireta, a prática de jogos de azar; a restrição do uso de atletas, ex-jogadores, artistas e comunicadores em propagandas; e a exigência de avisos sobre risco de dependência e da definição de horários específicos para a veiculação de anúncios.
Flamengo chega perto dos patrocínios de clubes europeus
Com a chegada da Betano como patrocinadora e a superação das expectativas iniciais do clube para a temporada, o Flamengo se aproxima de valores que importantes times europeus recebem e supera gigantes italianos. Milan e Inter de Milão recebem cerca de 30 milhões de euros anuais de patrocinadores, o equivalente a quase 190 milhões de reais.
Fontes: O Globo, Globo Esporte, Poder360, Meio e Mensagem, CNN e Agência Brasil.
