Fique ligado nas bandeiras tarifárias

Entenda o sistema que muda o valor da conta de luz dependendo do custo da geração de energia e saiba usar a sinalização a seu favor
2 de setembro de 2025 em Edições Impressas
Crédito de imagem: Getty Images

Todo mês, milhões de brasileiros recebem a conta de luz com uma indicação que pode deixar a fatura mais cara ou barata: a bandeira tarifária. O sistema, criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2015, mostra de forma imediata o custo real da geração de energia no país e ajuda os cidadãos a planejar o consumo. “Esse sistema permite que o consumidor adote medidas de economia, planeje seus gastos e compreenda a razão do aumento na fatura”, diz Vanderlei Martins, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Antes do sistema de bandeiras, os custos extras eram bancados pelas geradoras de energia, que repassavam os gastos com juros para os consumidores no ano seguinte. Com isso, o custo era maior e não havia possibilidade de planejar para utilizar mais ou menos. 

Com as bandeiras, esse repasse passou a ser imediato, sem acréscimos financeiros no futuro, e com um alerta claro para que famílias e empresas usem energia de maneira mais consciente. Todo fim de mês, a Aneel divulga qual vai ser a bandeira tarifária do mês seguinte e, se for o caso, o valor adicional a ser cobrado. Os valores são cobrados por quilowatt-hora (kWh) consumido e aparecem destacados na fatura.

Em setembro de 2025, foi acionada a bandeira vermelha, patamar 2 e será cobrado um valor adicional de 7 reais para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

O sistema é estruturado em quatro patamares:

🟢 Verde: condições favoráveis, sem custo adicional.
🟡 Amarela: alerta de que o custo da geração aumentou; a tarifa tem acréscimo moderado.
🟠 Vermelha patamar 1: geração mais cara, aumento maior na conta.
🔴 Vermelha patamar 2: situação crítica, exigindo usinas muito mais caras e repassando o custo para a conta.

Por que a chuva interfere tanto no preço da conta de luz?

O Brasil ainda depende fortemente das hidrelétricas, responsáveis por quase metade da energia gerada no país. Essas usinas funcionam a partir da água armazenada nos reservatórios, que movimenta turbinas para gerar eletricidade. Quando chove bastante, os reservatórios ficam cheios, garantindo geração de energia abundante. Já em períodos de estiagem, os níveis caem e é necessário gerar energia de outros modos.

Outras formas de gerar energia

Quando as hidrelétricas não conseguem suprir toda a demanda de energia no Brasil, entram em cena outras fontes. A entidade responsável pela coordenação das usinas, chamada Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), dá prioridade às mais baratas e só recorre às mais caras em último caso.

Dicas:

Use a seu favor – Entender o funcionamento das bandeiras tarifárias pode ser bom para o seu bolso.

Fique de olho na cor do mês – Saber se a bandeira é verde, amarela ou vermelha contribui para planejar os gastos. 

Reduza o consumo nos meses mais caros – Com bandeira amarela ou vermelha, vale tomar banhos mais curtos, desligar luzes desnecessárias, evitar deixar aparelhos em stand-by e usar menos eletrodomésticos.

Fontes: Aneel e Idec.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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