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Falta de energia em SP causa mais de 1,5 bilhão de reais em perdas para comércio e serviços

Prejuízo ainda deve aumentar com danos a estoques, equipamentos e contratos não cumpridos
12 de dezembro de 2025 em Nacional
Foto: Getty Images

Um vendaval com ventos de até 98 km/h atingiu diversas regiões do estado de São Paulo em 12 de dezembro. Desde então, milhares de moradores e comerciantes seguem sem energia elétrica, e o impacto econômico já chega a 1,54 bilhão de reais em perdas de faturamento no setor de comércio e serviços, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A entidade alerta que o valor deve aumentar. Ainda não foram contabilizados prejuízos com estoques perecíveis, danos a equipamentos, multas por descumprimento de contratos e custos fixos dos estabelecimentos. Os números divulgados até agora refletem apenas os dias 10 e 11 de dezembro, mas a falta de energia continua afetando famílias e negócios.

Mais de 50 horas após o vendaval, 689 mil imóveis ainda estão sem energia, de acordo com boletim da Enel divulgado às 12h do dia 12. No pico da crise, dia 10, 2,2 milhões de unidades ficaram sem eletricidade.

Setor mais impactado

O economista Rodrigo Simões, professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), explicou ao portal Times Brasil por que o impacto é maior nos serviços. Segundo ele, mesmo com perdas de estoque no comércio, a lógica da operação do setor de serviços é diferente: “Um restaurante, salão, consultório ou prestador autônomo não consegue ‘vender amanhã’ o que deixou de vender hoje”.

O exemplo dado por Simões mostra como as quedas de energia prolongadas na cidade têm a capacidade de atingir os serviços de maneira desproporcional. Segundo a FecomercioSP, do total calculado, um bilhão de reais de prejuízos vem do setor de serviços, enquanto o comércio corresponde por 511 milhões de reais.

Quem é responsável

A distribuição de energia em São Paulo é uma concessão desde 1998, no governo Mário Covas. A Enel, que hoje atende cerca de 7,5 milhões de unidades, em 24 municípios da região metropolitana, assumiu o serviço em 2018, após vencer um leilão na B3.

Luiz Orsatti, diretor executivo do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP), disse à CNN Brasil que a empresa deve informar o prazo de restabelecimento da energia e, caso não cumpra, moradores e comerciantes devem registrar e documentar os prejuízos para formalizar a reclamação ao órgão.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entidade federal que regula o setor elétrico, a eletricidade deve ser restabelecida em até 24 horas em áreas urbanas e 48 horas em áreas rurais após a queda.

Fontes: G1, Times Brasil, UOL Economia e UOL.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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