O endividamento dos brasileiros tem atingido níveis alarmantes nos últimos anos, impulsionado pela alta da inflação, pelo aumento dos juros e por incertezas sobre a econômica mundial. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer diminuiu para 78% em agosto, abaixo dos 78,5% observados em julho, mas ainda superior ao índice de 77,4% registrado em agosto de 2023.
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Segundo a CNC, o resultado reflete uma cautela crescente das famílias em relação ao uso do crédito. Apesar dessa redução do endividamento geral, o número de famílias que se consideram “muito endividadas” aumentou de 16,5% para 16,8%.
Mais dificuldade para pagar as dívidas
Em relação à inadimplência, o percentual de famílias com dívidas em atraso se manteve estável em 28,8% pelo terceiro mês consecutivo. No entanto, o percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas atrasadas subiu de 11,9% para 12,1%, um indicativo de que as dificuldades financeiras permanecem.
A maior parte das dívidas dos brasileiros é com o cartão de crédito (85,7%), seguido por carnês (15,5%), crédito pessoal (11%), financiamento de casa (8,9%), financiamento de carro (8,2%), crédito consignado (5,7%) e cheque especial (3,6%).
Diferença entre endividado e inadimplente
Ser endividado significa que uma pessoa ou família possui dívidas a pagar, como empréstimos, financiamentos ou contas no cartão de crédito, mas ainda consegue manter os pagamentos em dia, dentro dos prazos acordados.
O inadimplente por sua vez é quem já está atrasado com as obrigações financeiras, correndo o risco de ter o nome negativado, além de pagar juros e multas elevadas.
Como sair das dívidas
Algumas atitudes no dia a dia podem ajudar a reduzir o nível de endividamento:
- Saiba quanto você deve e para quem: o primeiro passo é saber exatamente quanto e para quem você deve. Liste todas as suas dívidas, incluindo valores, taxas de juros e prazos de vencimento. Essa visão clara é essencial para começar a se planejar.
- Renegocie: muitos credores estão dispostos a negociar melhores condições de pagamento para evitar que você se torne inadimplente. Busque uma renegociação que ofereça prazos mais longos ou taxas de juros menores.
- Evite novos gastos: reduza ou elimine o uso do cartão de crédito e evite contrair novas dívidas. Priorize os pagamentos essenciais, como moradia, alimentação e contas básicas.
- Estabeleça um orçamento: crie um planejamento financeiro que separe suas despesas fixas das variáveis e determine o quanto pode ser destinado ao pagamento de dívidas. Assim, você terá mais controle sobre seu dinheiro. A planilha de gastos do TINO pode te ajudar nessa tarefa.
- Priorize as dívidas com juros maiores: caso tenha várias dívidas, foque naquelas com as maiores taxas de juros, como o cartão de crédito ou cheque especial, pois estas podem crescer rapidamente se não forem quitadas.
- Busque uma renda extra: se possível, considere encontrar uma renda complementar para acelerar o pagamento das dívidas. Pequenos trabalhos extras ou venda de itens que você não usa mais podem fazer diferença.
- Educação financeira: investir em educação financeira, como na leitura do TINO Econômico e de livros sobre o tema, pode te ajudar a não cair mais em dívidas.
Fontes: CNC e Agência Brasil.