
O debate se refere à exploração de petróleo na bacia da foz do rio Amazonas. Essa bacia fica a 500 quilômetros do ponto em que o rio deságua no oceano e faz parte da chamada Margem Equatorial (veja mapa).
Especialistas e a Petrobras, empresa estatal de extração de petróleo e gás, estimam um potencial de extração capaz de impulsionar o desenvolvimento econômico do Brasil nos próximos anos.
Por outro lado, biólogos, ambientalistas e povos originários entendem que a ação oferece risco à sociedade e biodiversidade do local.
Para explorar a região e confirmar esse potencial, é preciso ter uma licença ambiental, fornecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que garante que a intervenção da Petrobras não prejudique o meio ambiente. O governo vem tentando essa autorização desde 2023.

ARGUMENTOS PARA O DEBATE
SIM (Devemos Explorar)
- DISTÂNCIA SEGURA: atualmente, a Petrobras solicita a exploração no bloco 59 da bacia, que fica a mais de 500 km da foz e em águas profundas.
- POTENCIAL ECONÔMICO: a estimativa é de que a exploração possa dobrar as reservas nacionais de petróleo.
- FINANCIAMENTO DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA: a exploração pode gerar receitas para investir em fontes limpas. Buscar alternativas de baixo carbono não é incompatível com explorar o que ainda há de petróleo.
- APROVAÇÃO TÉCNICA: etapas do licenciamento estão sendo aprovadas pelo Ibama, que acompanha cada uma para garantir a segurança ambiental.
NÃO
- ALTA VULNERABILIDADE AMBIENTAL: a região tem características únicas, como correntezas fortes, que podem ampliar os estragos em caso de acidente.
- RESGATE LENTO: estudos do Ibama indicam que, se houver um vazamento, o resgate de animais pode levar de três horas a dois dias, tempo suficiente para um desastre ambiental.
- POVOS ORIGINÁRIOS CONTRA: eles afirmam que, para o Brasil se destacar como liderança sustentável e na vanguarda de uma nova economia, deve renunciar a fontes fósseis e priorizar a proteção permanente dos biomas e seus povos.
- LIÇÕES DO PASSADO: em 2006, a promessa do pré-sal incluía financiamento da educação e liderança global em petróleo. Quase 20 anos depois, isso não se concretizou.
Fontes: G1, Folha de S.Paulo e National Geographic Brasil.