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Criptomoedas ajudam a financiar ataques do Hamas

Segundo estimativa da ONU, as moedas virtuais financiam 20% do terrorismo no mundo
17 de outubro de 2023 em Internacional
Foto: Getty Images

No dia 7 de outubro, integrantes do grupo Hamas cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza, invadindo Israel. Os ataques desencadearam o maior conflito entre os territórios em 50 anos, com milhares de mortos e feridos.

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O Hamas conseguiu burlar o sistema de segurança de Israel, um dos mais sofisticados e completos do mundo. A ação reacendeu o questionamento sobre o financiamento de ações como essa, que demandam grandes quantias. Segundo especialistas, as criptomoedas podem ter colaborado para o sucesso do ataque.

Você sabia?

Criptomoedas são moedas digitais descentralizadas, ou seja, não são regulamentadas ou controladas por nenhuma instituição ou governo, para uso em transações virtuais. Toda a fiscalização é feita pela própria rede de usuários. A primeira e mais conhecida entre elas é a bitcoin, que hoje equivale a 28 mil dólares (em torno de 140 mil reais). Todas as operações feitas em criptomoedas são registradas em um blockchain, um livro virtual que grava todas as transações e possibilita seu rastreio.

Atenção mundial

As organizações terroristas são impedidas de utilizar sistemas bancários, que monitoram mundialmente qualquer tentativa de financiamento desses grupos, inclusive o Hamas.

Como a transação de criptomoedas acontece fora desse sistema, esse tipo de dinheiro virtual se tornou uma alternativa de financiamento dessa atividade. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), as criptomoedas correspondem a 20% do financiamento do terrorismo em todo o mundo.

O financiamento do Hamas

Em 2014, a revista Forbes, dos Estados Unidos, apontou o Hamas como uma das organizações terroristas mais ricas do mundo, faturando anualmente um bilhão de dólares (5 bilhões de reais).

Segundo a BitOK, empresa de análise de criptofinanças, o grupo recebeu 41 milhões de dólares (206 milhões de reais) em criptomoedas entre 2021 e junho de 2023.

O Irã é um dos principais financiadores do grupo, enviando ao Hamas cerca de 100 milhões de dólares (504 milhões de reais) anuais, segundo o Departamento de Estado dos EUA.

Com os recentes ataques, autoridades intensificaram as investigações sobre o uso de criptomoedas para o financiamento de grupos terroristas. Cerca de cem contas ligadas ao Hamas já foram congeladas desde o dia 7 de outubro, e a Binance, maior operadora de criptomoedas do mundo, é investigada por seu papel nas transações.

Fontes: Folha de S.Paulo, InfoMoney e Binance.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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