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Eleições na Argentina: as propostas econômicas dos candidatos à presidência

Argentinos irão às urnas no dia 22, e o resultado pode ter impacto no Brasil
20 de outubro de 2023 em Internacional
Foto: Getty Images

No dia 22 de outubro, a Argentina escolherá o novo presidente do país, em um cenário de instabilidade econômica e recordes de inflação.

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Entre os planos de governo dos principais candidatos há propostas e ideias que dividem a população e despertam a atenção de líderes de todo o mundo.

As eleições primárias, realizadas em 13 de agosto, apontaram o favoritismo de Javier Milei, seguido por Sergio Massa, atual ministro da Economia do país, e Patrícia Bullrich.

VOCÊ SABIA?

As eleições primárias argentinas são realizadas desde 2011 e têm como objetivo retirar das eleições oficiais os candidatos que receberem menos de 1,5% do total de votos dos eleitores do país. Toda a população entre 18 e 70 anos tem o dever e a obrigatoriedade de votar tanto nas eleições primárias, como nas eleições gerais.

Segundo a consultoria RDT, a pesquisa eleitoral realizada no início de outubro mostra que Milei possui 38% da intenção de votos, enquanto Massa recebeu 27% e Bullrich alcançou 23%. Essa média se mantém em outros levantamentos. O panorama indica que há grande possibilidade de segundo turno.  

Conheça as principais propostas econômicas dos candidatos

Javier Milei

O economista argentino liderou a corrida presidencial com 30,4% dos votos na eleição primária. Suas ideias geraram polêmicas entre especialistas e aprovação entre outros. O candidato do partido de direita La Libertad Avanza propõe em seu plano de governo:

– Fechar o Banco Central argentino;

– Dolarizar a economia do país, ou seja, substituir o peso, atual moeda argentina, pelo dólar;

– Unificar o câmbio, que atualmente é diferente em cada setor da economia;

– Realizar uma grande reforma econômica: redução dos gastos públicos, privatização de empresas públicas e eliminação de impostos sobre importação de insumos;

– Fomentar investimentos privados;

– Incentivar o turismo.

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Sergio Massa

O atual ministro da Economia do país é advogado e candidato pelo partido de centro-esquerda Unión por la Patria. Especialistas apontam sua desvantagem eleitoral, visto que ele não conseguiu implantar ações econômicas em sua atual gestão no ministério. O plano dele prevê:

– Renegociar as dívidas argentinas com os credores;

– Renegociar preços e salários do país para conter a inflação;

– Vender para todo o mundo as produções do país para pagar a dívida de 2,7 bilhões de dólares (13,6 bilhões de reais) com o Fundo Monetário Internacional (FMI);

– Punir sonegadores de impostos;

– Criação de uma moeda digital.

Patrícia Bullrich

Doutora em ciências políticas, a candidata do partido conservador Juntos por el Cambio possui vasta carreira política no país. Em sua campanha presidencial, ela destacou:

– Criar um plano de estabilização da inflação;

– Reduzir gastos públicos;

– Revisar as leis tributárias e fiscais;

– Remover controles cambiais;

– Unificar os tipos de câmbio;

– Simplificar a estrutura financeira;

– Desenvolver um sistema em que peso e dólar sejam usados na economia argentina.

E o Brasil com isso?

A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás de China e Estados Unidos. Em 2022, a balança comercial brasileira teve um superávit de 2,2 bilhões de dólares (11,1 bilhões de reais) com o país vizinho.

Em entrevista à Reuters, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, demonstrou preocupação com a possível vitória de Javier Milei. O candidato argentino, durante a campanha, declarou que, se eleito, a Argentina poderá deixar o Mercosul, principal bloco econômico de países da América do Sul, e romper relações políticas e comerciais com o Brasil.

“É natural que eu esteja preocupado. Uma pessoa que deseja romper com o Brasil, uma relação construída ao longo de séculos, preocupa”, afirmou Haddad no dia 18 de outubro.

Fonte: Reuters, Metrópoles, Poder360, Estadão e CNN.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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