A inteligência artificial deve ser usada nos estudos?

Publicado originalmente na edição 30 do TINO Econômico | Pedro Vedovato
7 de outubro de 2025 em Edições Impressas, Nacional
Crédito de imagem: Thai Liang Lim/Getty Images

O uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como ChatGPT, Gemini e Copilot, cresceu rapidamente entre estudantes brasileiros. A tecnologia pode ser um recurso valioso para pesquisas, produção de textos e aprendizado, mas também pode desinformar e até atrapalhar o desenvolvimento educacional. Será que a IA realmente melhora a aprendizagem ou pode se tornar um atalho que prejudica o processo de estudo?

Do que você precisa saber

  • Segundo a pesquisa “TIC Educação 2024”, sete em cada dez estudantes brasileiros do ensino médio já usam ferramentas como ChatGPT, Gemini e Copilot em pesquisas escolares, mas apenas cerca de um terço recebeu alguma orientação sobre como utilizá-las.
  • Do lado dos professores, 54% participaram de formação continuada sobre tecnologias digitais nos 12 meses antes da pesquisa. Mesmo assim, não há a garantia de que o treinamento seja padronizado ou adequado para acompanhar a velocidade com que as tecnologias avançam.
  • Mesmo com amplo acesso à internet (96% das escolas têm conexão, segundo a “TIC Educação 2024”), a realidade brasileira lida com grandes desigualdades, especialmente em áreas rurais e regiões mais afastadas ou com menor infraestrutura, que nem sempre dispõem do acesso e apoio necessários.
  • No cenário internacional, alguns países, como Estados Unidos e Suíça, têm apostado em integrar a tecnologia nas salas de aula e desenvolver a alfabetização digital dos jovens. Já a União Europeia criou um gabinete especial para supervisionar os modelos de IA e monitorar os possíveis riscos.

SIM (a IA deve ser usada nos estudos)

FERRAMENTA DE APOIO: as IAs generativas podem ajudar os alunos a entender passo a passo como resolver problemas e organizar ideias, permitindo que cada um aprenda no próprio ritmo e personalize a aprendizagem.
ACESSO IGUALITÁRIO AO CONHECIMENTO: estudantes de regiões distantes ou com menos recursos podem ter acesso a suporte educacional que antes estava disponível apenas em escolas privadas ou cursinhos, reduzindo desigualdades.
PREPARAÇÃO PARA O FUTURO: o mercado de trabalho exige cada vez mais habilidades digitais. O uso da IA nos estudos contribui para que os alunos desenvolvam competências essenciais para o futuro, que podem fazer diferença na carreira profissional.

NÃO (a IA não deve ser usada nos estudos)

SEM APRENDIZAGEM: o estudante pode se tornar dependente da IA para resolver tarefas, deixando de desenvolver autonomia, criatividade, capacidade de pesquisa e escrita.

SEM ORIENTAÇÃO: a IA ainda comete erros e pode gerar informações incorretas. Na ausência de instrução de como usá-la e do desenvolvimento de um olhar crítico, a tecnologia pode comprometer a aprendizagem, facilitar plágio e reduzir o esforço individual.

AMPLIAÇÃO DAS DESIGUALDADES: segundo Daniela Costa, pesquisadora do Cetic.br (responsável pela “TIC Educação”, entre outras ações), o desafio do Brasil está na implantação — com a extensão territorial do país, a adoção da IA nas escolas pode aprofundar desigualdades existentes na sociedade.

Fontes: TIC Educação 2024 e CNN Brasil.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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