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A inflação dos tradicionais itens juninos

Produtos usados nos pratos típicos das festas juninas aumentaram, em média, 11,41% e deixaram as comemorações mais caras
16 de junho de 2023 em Nacional
Foto: Getty Images

Junho é aguardado por muitos brasileiros. Além de marcar a chegada da metade do ano, é conhecido pelo mês em que os santos João, Pedro e Antônio são celebrados com festas em várias áreas do país.

Em meio a bandeirinhas, quadrilhas, pescarias e boca do palhaço para divertir as crianças, está a parte favorita da maioria da população: as comidas típicas.

Este ano, o volume de dinheiro reservado para gastar na festa junina ou comprar os ingredientes e preparar os pratos típicos em casa precisará ser maior — ou o consumo, menor. Isso porque um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) mostrou que itens essenciais para preparar os quitutes ficaram, em média, 11,41%, mais caros nos últimos 12 meses.

O que ficou mais caro?

O estudo considerou 27 produtos que são frequentemente usados nesta época do ano no Brasil.

O fubá de milho, que vai em pratos como polenta, cuscuz, bolos e broas, apresentou a maior alta do ano, chegando a 42,48%. Na sequência, a farinha de mandioca, ingrediente de alimentos como farofa, bolo e pirão, alcançou 38,75% de alta.

Itens como milho de pipoca, maçã (que se transforma na maçã do amor) e salsicha para cachorro-quente, que são muito procurados nessas festas, chegaram a aumentar 34,15%, 14,61% e 10,63%, respectivamente.

Segundo Matheus Peçanha, economista do FGV Ibre, ainda que a inflação esteja desacelerando este ano, os itens juninos foram contra a tendência. “Apesar de as commodities agrícolas estarem em queda, alguns problemas sazonais estão atrasando essa redução nos preços. Todo esse efeito deve ser temporário, e as perspectivas para 2023 ainda são boas”, finaliza.

Com exceção da batata-inglesa e do açúcar refinado, essenciais para outras produções, produtos como leite, açúcar cristal, leite condensado e ovos também apresentaram alta nos preços, contribuindo para o impacto mais “salgado” dos valores nas barraquinhas de comida das festas juninas e nas produções caseiras.

Confira as variações de preço dos produtos típicos de 2022 para 2023:

ITEM JUN/21 a MAI/22 (%)JUN/22 a MAI/23 (%)
% de variação média dos preços13,1211,41
Fubá de milho15,6342,28
Farinha de mandioca8,4838,75
Milho em conserva12,0834,59
Milho de pipoca 20,9534,15
Batata-doce 13,8332,11
Ovo15,1029,79
Leite condensado 10,6727,82
Queijo minas11,2321,65
Farinha de trigo 16,7817,33
Leite de coco -2,3615,80
Maçã28,6814,61
Aipim/mandioca16,0314,21
Bolo pronto 7,6213,29
Leite longa vida 18,0313,21
Cerveja 7,4612,12
Bebidas destiladas 6,0311,75
Doces e chocolates2,8811,62
Refrigerantes e água mineral8,0211,56
Salsicha e salsichão 7,1310,63
Arroz -8,9810,60
Amendoim 5,687,85
Vinho 5,726,94
Couve 29,345,16
Linguiça10,104,88
Açúcar cristal 26,800,16
Açúcar refinado42,02-2,16
Batata-inglesa 71,35-18,93
Fonte: FGV Ibre.

E agora?

Com 70% da lista mais cara, a alternativa indicada pelos especialistas é pesquisar os preços antes de comprar e preparar as receitas. No caso do preço nas barraquinhas de festas, vale procurar as que estão mais em conta, na mesma dinâmica de pesquisa de valores, e ir em busca de descontos.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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