Foto: Ítalo Clicks No dia 13 de janeiro, foram realizadas as finais nacionais da Taça das Favelas, o maior campeonato de futebol entre favelas do mundo, de acordo com os organizadores. No estádio do Canindé, em São Paulo, a equipe feminina do Rio de Janeiro levou a melhor, com o placar de 3 a 1 diante do São Paulo, e agora é bicampeã. Já na final masculina, entre Espírito Santo e Paraná, o time do Sul — formado após uma peneira com mais de 11 mil jogadores — venceu por 2 a 1 e levantou a taça pela primeira vez. “Foi algo marcante para os jovens que estiveram ali”, conta Dinei Sorverão, ex-jogador e técnico do Paraná.
Idealizada pela Central Única das Favelas (Cufa) e produzida pela iNFavela, a Taça das Favelas nasceu, em 2012, com o objetivo de promover o esporte nas comunidades, transformá-lo em oportunidade e proporcionar integração social. A versão nacional da competição tem a participação de 21 times, 462 atletas, milhares de favelas e muita dedicação pelo futebol.
Motor econômico
Além dos prêmios de 15 mil reais aos times vencedores e 5 mil reais aos vice-campeões, o torneio movimenta a rotina e leva visibilidade à favela e a seus moradores, dentro e fora de campo.
“Essa competição movimenta a favela toda, todo mundo doa alguma coisa, bens materiais, energia positiva… Viramos uma grande família”, conta Carlos Alberto Germano, técnico do time do Rio de Janeiro.
A final foi transmitida ao vivo pela TV Globo e pelo Globoplay e teve diversos patrocinadores, como Friboi, Gol, Vale, Assaí Atacadista, Unesco, FSB Comunicação e VR. Esse apoio mostra como as marcas, além de investir no projeto, estão cada vez mais interessadas em se aproximar da potência de consumo e trabalho da favela.
Segundo dados do Data Favela divulgados em 2023, há 13.151 favelas no Brasil. São em torno de 17 milhões de moradores, que movimentam mais de 200 bilhões de reais por ano.
Vitrine
A Taça já revelou craques ao futebol profissional, como Patrick de Paula, que participou do torneio entre 2015 e 2017, profissionalizou-se no Palmeiras e, em 2022, foi comprado pelo Botafogo por mais de 30 milhões de reais. Entre as mulheres, Karol Mineira competiu na Taça das Favelas de São Paulo, atuou profissionalmente no América Mineiro e é uma inspiração para as novas jogadoras.
Fontes: Taça das Favelas, Globo Esporte, Exame e Cufa.
