Foto: Getty Images Nesta terça-feira, 2/12, foi publicado um estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps), que estimou que o Brasil gastará cerca de 38,8 bilhões de reais por ano para reparar danos causados ou associados aos aplicativos de aposta e jogos de azar, também chamados de bets.
O levantamento calculou os gastos em diferentes frentes. Do total, seriam 10,4 bilhões de reais destinados ao enfrentamento às consequências como perda de qualidade de vida por depressão; 3 bilhões de reais em tratamento médico; e 17 bilhões de reais em razão das mortes relacionadas ao vício em jogos e apostas. Também foram considerados os impactos sociais, incluindo a redução na qualidade e nos anos de vida saudável da população.
As Bets foram legalizadas no Brasil em 2018, mas a atividade seguiu por anos sem regulamentação. Apesar de avanços pontuais, só em 2025 o setor passou a ser efetivamente regulado.
Porém, no tempo que passou até que chegasse a regulação, o mercado brasileiro cresceu se tornando o quinto maior do mundo. As bets deverão faturar, apenas no país, 4,1 bilhões de dólares, cerca de 22 bilhões de reais este ano, segundo a consultoria Regulus Partner.
A regulamentação definiu como seriam distribuídos os impostos arrecadados. Na proposta ficou decidido que apenas 1% dessa arrecadação seria destinado à área da Saúde. O que segundo especialistas dificulta ainda mais o controle de danos causados pelo vício.
Segundo os pesquisadores, além da baixa destinação de recursos, preocupa a falta de verbas específicas para financiar ações de cuidado, como as oferecidas pela Rede de Atenção Psicossocial. A rede é responsável por atender apostadores que desenvolvem dependência ou sofrem perdas financeiras significativas.
Rebeca Freitas, diretora de relações institucionais do Ieps e autora do estudo, defende que as bets passem a ser tratadas como problema de saúde pública. Para ela, apesar das estimativas do estudo, ainda não é possível estimar quanto deveria ser arrecadado para cobrir os danos causados pelo setor: “Qualquer estimativa estaria subestimando esse impacto.”
Fonte: Folha de S.Paulo e CNN Brasil.


