Foto: Getty Images O presidente do clube espanhol Real Madrid, Florentino Pérez anunciou, durante a assembleia anual do clube no domingo, 23/11, um plano inédito para vender cerca de 5% da agremiação a investidores externos, a primeira abertura desse tipo nos 123 anos de história do time mais vencedor da Europa.
A proposta prevê a criação de uma subsidiária que permanecerá sob controle dos atuais 100 mil sócios do clube. Por meio dela, será negociada a participação minoritária com um ou mais investidores, em um movimento que, segundo Pérez, deve reforçar a proteção do “patrimônio madridista”.
Diferentemente das SAFs, o clube seguiria controlando a maioria das ações. A ideia é que apenas 5% das ações do clube sejam disponibilizadas para venda.
“Os novos acionistas devem nos ajudar a proteger nosso patrimônio de ataques externos”, afirmou o dirigente, que pretende submeter o plano à votação dos sócios em uma assembleia extraordinária.
Reação ao cenário global do futebol
O projeto surge em um momento de intensa movimentação financeira no esporte. A Premier League inglesa, por exemplo, segue muito à frente dos clubes espanhóis nos investimentos em contratações.
Além disso, grupos financeiros têm ampliado sua atuação no futebol europeu: neste mês, o fundo americano Apollo adquiriu participação majoritária no Atlético de Madrid, rival histórico dos merengues.
O Real Madrid, apesar de manter receitas robustas — 1,1 bilhão de euros (cerca de 6,8 bilhões de reais) no último ano fiscal, o maior faturamento entre clubes do mundo — avalia que a entrada de novos sócios-investidores pode garantir competitividade no longo prazo.
Controle preservado e proteção institucional
Pérez assegurou que as fatias adquiridas pelos investidores serão “simbólicas” e “limitadas”. Caso decidam vender suas ações, o clube terá prioridade na recompra. A intenção, argumenta o presidente, é evitar que o controle do Real Madrid siga o caminho de outros gigantes europeus que acabaram dominados por donos privados.


