Jovens criam competição de investimentos

Aos 16 anos, Lucas Klabin fundou a BRHSIC, que hoje reúne mais de 6 mil estudantes do ensino médio em um desafio de finanças
7 de outubro de 2025 em Edições Impressas, Empreendedorismo
Crédito de imagem: arquivo pessoal

Silvia Balieiro

No fim de 2023, enquanto participavam de uma conhecida competição de investimentos da Wharton School, nos Estados Unidos, Lucas Klabin e Antonio Voigt tiveram a ideia de criar uma disputa exclusiva para alunos de escolas no Brasil. “Em um primeiro momento, pensamos em algo pequeno, que reunisse escolas internacionais, e escolhemos o nome Brazilian High School Investment Competition (BRHSIC)”, diz Lucas, de 17 anos. 

O que começou como uma disputa amigável entre dez escolas de São Paulo e Rio de Janeiro se transformou em um movimento nacional de educação financeira. “Eu nunca fui muito bom jogador de futebol e o Antonio também não. Criamos uma competição na qual podíamos disputar e ter chance de ganhar”, conta o empreendedor.

A virada aconteceu quando eles perceberam que a verdadeira demanda não vinha das escolas internacionais. “Começamos a receber muita mensagem de pessoas de escolas próximas a nossa que gostariam de participar”, explica. Em 2024, a BRHSIC foi aberta a todas as escolas brasileiras. O número de inscrições chegou a cem equipes.

O primeiro desafio trazido pelo crescimento foi a dificuldade de encontrar infraestrutura tecnológica. Lucas e Antonio fizeram reuniões com mais de dez empresas em busca de uma plataforma, mas os preços estavam muito acima das possibilidades. A solução veio da Real Grana, uma edtech do interior de São Paulo que ofereceu gratuitamente a plataforma de simulação de investimentos.

Hoje, a competição tem patrocínio de grandes empresas do mercado financeiro.

Novo time

Quando Antonio foi estudar no exterior, atuando como consultor da c BRHSIC, novos parceiros se juntaram a Lucas: os estudantes Guilherme Augusto, de 18 anos, de Fortaleza (CE), e Amir Gabriel, também de 18, de Canoas (RS). Eles se conheceram na final da Olimpíada Brasileira de Economia. “Eu estava sozinho e crescendo rápido, precisava de alguém para ajudar”, explica Lucas.

Guilherme trouxe experiência do meio olímpico e conhecimento sobre como funcionam as escolas focadas em olimpíadas científicas. Amir, que trabalha com marketing desde cedo, uniu duas paixões: investimentos e comunicação. 

Planos para o futuro

Com o crescimento exponencial — de cem para 1.630 equipes em um ano — os planos da BRHSIC são ambiciosos. A prioridade é entrar nas escolas públicas. No longo prazo, o sonho é expandir o modelo para toda a América Latina, mas o foco imediato é crescer no Brasil.

Como funciona a competição

A edição de 2025 começou em 15 de setembro e vai até 10 de outubro, reunindo 1.630 equipes, com dois a quarto participantes cada. Isso totaliza algo entre 3.200 e 6.400 estudantes do 9º ano ao ensino médio de todo o Brasil.

Cada equipe recebe 100 mil reais fictícios para montar uma carteira com investimentos como ações da B3, certificados BDR, renda fixa e criptomoedas. O diferencial está na avaliação: o foco não é apenas o retorno financeiro, e sim a qualidade da tese de investimento, ou seja, as razões que influenciaram as escolhas das equipes.

A competição é conduzida totalmente em português e dura apenas um mês, o que facilita a participação de estudantes. Para os iniciantes, a BRHSIC oferece cursos preparatórios da Genial e da Real Grana e apoio de mentores. O prêmio para os vencedores é uma experiência de trabalho em uma instituição financeira.

Glossário

Edtech: empresa de tecnologia voltada para o setor de educação. 

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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