Desde a meia-noite de 1º de outubro, o governo dos Estados Unidos (EUA) vive um apagão econômico, ou shutdown. Trata-se de um impasse orçamentário que paralisa o trabalho em diversos departamentos do governo e agências federais. É a primeira vez em sete anos que ocorre um shutdown como este — o último durou 35 dias.
O que é shutdown?
Nenhum governo pode gastar dinheiro público como quiser. De modo geral, para definir como os recursos serão aplicados e utilizados ao longo do ano, é necessário que o congresso de determinado país aprove um orçamento, feito pela Presidência da República, e as leis de gastos, chamadas de dotações. Quando isso não acontece, todos os setores que dependem desses repasses ficam paralisados.
O dia 30 de setembro era o prazo final para que fossem votadas as dotações nos EUA, data que marca o fim do ano fiscal no país. O congresso norte-americano, porém, enfrenta um impasse entre os parlamentares que apoiam o governo e controlam a Câmara e o Senado e a oposição, do Partido Democrata, que apesar de ser minoria, é necessária para a aprovação dos projetos.
O que pode acontecer?
Esta é a 15ª vez que uma situação assim ocorre desde 1981. Por isso, há um alerta de que esses eventos que paralisam os serviços públicos podem impactar diretamente a economia do país.
Entre os prejuízos possíveis estão: interrupção da divulgação do relatório de emprego de setembro; desaceleração do tráfego aéreo; suspensão de pesquisas científicas; e atraso no pagamento das tropas armadas dos EUA. Além disso, até 750 mil funcionários públicos podem ser obrigados a entrar em licença, o que geraria um custo de 400 milhões de dólares por dia (cerca de 2,2 bilhões de reais).
A verba em disputa, destinada a departamentos e agências governamentais, é de 1,7 trilhão de dólares (9 trilhões de reais), necessária para que se mantenham em operação. Esse valor representa cerca de 25% do orçamento total do governo dos EUA, estimado em 7 trilhões de dólares (38,5 trilhões de reais).
Fonte: Folha de S.Paulo.
