
A partir de 6 de agosto, alguns produtos brasileiros vendidos para os Estados Unidos (EUA) passarão a enfrentar uma tarifa combinada que pode chegar a 50%, segundo uma nova ordem assinada pelo presidente Donald Trump. A decisão atinge mais de 90 países e foi justificada como parte de um plano de “tarifas recíprocas”, anunciado em maio (veja no mapa).
Além da tarifa-base de 10%, o Brasil terá uma taxa adicional de 40%, o que resultará na maior tarifa entre todos os países. No fim de julho, os EUA publicaram, no entanto, uma lista de exceções que inclui quase 700 produtos brasileiros que ficarão isentos. Entre eles estão itens estratégicos como suco de laranja, petróleo e aviões da fabricante brasileira Embraer.
Empresas nacionais agora correm contra o tempo para reorganizar cadeias logísticas e contratos e avaliar a viabilidade de manter os EUA como principal destino de suas exportações (veja como exemplos os impactos no café e na carne bovina no quadro abaixo).
Outros alvos
O Canadá também ficou na mira do decreto, tendo a tarifa aumentada de 25% para 35%. A Casa Branca alega que a medida é uma resposta à suposta inação do país vizinho no combate ao tráfico de fentanil. Já o México conseguiu adiar a entrada em vigor das tarifas por 90 dias após um acordo direto entre Trump e a presidente Claudia Sheinbaum.
Algumas nações, como Japão, Vietnã e países da União Europeia, conseguiram negociar exceções. As tarifas para a China, que inicialmente era o alvo principal dos EUA, estão suspensas enquanto representantes dos dois lados negociam.
A intenção
Essas decisões mostram o esforço de Trump em utilizar tarifas como ferramenta de negociação política e comercial, pressionando por acordos bilaterais (entre dois países) mais favoráveis aos EUA. Ele defende forçar a substituição de importações e favorecer o consumo de produtos nacionais.

Fontes: Estadão, G1, CNN, Valor e BBC.