9 mins

Semana Enef: Tesouro Nacional debate a importância da educação financeira desde cedo

Quando o assunto dinheiro é tratado com transparência entre os pais, as crianças absorvem esse comportamento de forma leve. O tabu diminui e o aprendizado acontece
14 de maio de 2025 em Nacional
Criança aprendendo educação financeira. Foto: Getty Images

Em mais um evento da 12ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana Enef), o Tesouro Nacional promoveu o debate “A importância da educação financeira desde cedo”, que teve a participação do economista e influenciador Thiago Godoy, também conhecido como @papaifinanceiro, Ana Leoni, CEO da Planejar e especialista em comportamento financeiro, e Paulo Marques, coordenador do Tesouro Direto.

Foi consenso entre eles que a formação de cidadãos economicamente conscientes depende das famílias, escolas e políticas públicas. “Educação financeira é sobre a vida. Ensinar a administrar dinheiro é ensinar sobre escolhas, limites e consequências”, afirmou Godoy.

Mas tem idade para começar a ensinar sobre o tema? Ana afirma que não há idade ideal para iniciar o diálogo sobre finanças, mas a relação com o dinheiro precisa ser abordada com naturalidade dentro de casa. “Quando o assunto dinheiro é tratado com transparência entre os pais, as crianças absorvem esse comportamento de forma leve. O tabu diminui e o aprendizado acontece”, disse.

A mesada ou semanada pode ser uma boa ferramenta. “A mesada ou semanada ajudam a criança a desenvolver noções básicas de gestão de recursos e escolhas”, acredita Godoy.

Ana complementa: “Existem três ‘as’ ali, os três pilares que a gente usa muito, que na metodologia da Bem Educação estão bem estruturados. O primeiro é a autorresponsabilidade, então você dá à criança a responsabilidade de gerir aquele recurso que ela está utilizando. Para isso, aquele dinheiro precisa ter regra, precisa ter uma regularidade, porque isso é uma disciplina também para os pais. O segundo pilar é o autocontrole, já que a criança vai escolher entre uma coisa e outra, porque a gente sabe que o dinheiro não pode comprar tudo. E depois o autoconhecimento. O que é o autoconhecimento? É ela entender o que é bom para ela, o que realmente valeu a pena”.

Também foi discutido o impacto das redes sociais e da tecnologia no comportamento financeiro dos jovens. A estética da ostentação e o crescimento das apostas on-line preocupam os especialistas. “Temos uma geração que está sendo bombardeada por estímulos de consumo e promessas de dinheiro fácil. Isso exige atenção dos pais e um esforço coletivo de regulação e educação”, alertou Ana.

Para enfrentar esse cenário, eles defenderam o uso da mesada como uma ferramenta pedagógica. “A mesada, ou semanada para os menores, funciona como um laboratório de escolhas. Ajuda a desenvolver autorresponsabilidade, autocontrole e autoconhecimento”, afirmou Ana. Godoy completou: “Não é o valor que importa, e sim o aprendizado. A criança precisa errar e aprender, inclusive a lidar com a frustração”.

O Tesouro Nacional destacou iniciativas como o programa Tesouro Educa+, criado para facilitar o investimento em nome de crianças com foco na educação futura. Segundo Marques, em apenas dois anos, o número de contas abertas por menores de 18 anos no Tesouro Direto dobrou, chegando a 60 mil. “São pais e familiares investindo no futuro das crianças, com uma ferramenta que também ensina sobre planejamento e longo prazo”, explicou.

A live completa pode ser assistida em https://www.youtube.com/watch?v=wQzImaH08RQ.